quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Uma carta de AQ.

Meu amigo AQ, não posso guardar só pra mim tanta beleza...

"Querida, amiga querida:

Estava eu pensando em você e senti não somente carinho como vontade de lhe escrever assim, sem mais, agora, falando de um fim de ano que é, ao mesmo tempo, o começo de uma nova virada na sua vida depois desses anos de Equador.

Naduska e seu gatil transatlântico.

Naduska e sua poesia.

Naduska, seus sonhos e suas vontades.

Naduska e sua palmeira aos ventos transplantada.

Ter ido à linha de Equador me deu, entre outras coisas, a oportunidade de constatar que não existe geografias contra a amizade, o carinho, os afetos.

Naduska Palmeira no meio de tudo isto.
Como vinho.
De palmeira.

Como diria João Cabral,

"Não há guarda-chuva
contra o poema
subindo de regiões onde tudo é surpresa
como uma flor mesmo num canteiro".

Como uma flor mesmo equilibrada sobre a linha do horizonte
onde Naduska.


Muito obrigado, minha amiga.

Dezembros outros venham, e que não venham em vão."

Fim de período

Chegamos, finalmente ao fim do ano e ao quase-fim do primeiro semestre letivo no ISP-STP, 2012/13.
Deixo São Tomé na próxima sexta para apresentar, na Universidade de Lisboa, um trabalho sobre Caetano da Costa Alegre, poeta são-tomense, uma espécie de precursor da literatura deste país (1864-1890).

Me despeço, assim, do ano com uma poesia de Costa Alegre:

Ergui meu olhar cansado e pesaroso
Para a amplidão do espaço imenso e luminoso,
A procurar Deus.
Interroguei o sol, a estrela vespertina
A lua cintilante, alvíssima, argentina,
E a imensidão dos céus.

E o sol, a estrela, a lua, os céus, o espaço...tudo
Num coro misterioso, indefinível, mudo,
Me respondeu então:
-Se queres ver o Deus, para ti imaginário,
Abre, ó louco poeta, ó doido visionário,
Os olhos da Razão.

Artigo de Conceição Lima no Téla Nón

Acesse o link:

http://www.telanon.info/suplemento/opiniao/2012/12/11/12003/patrice-trovoada/